domingo, 20 de novembro de 2011

Relatório Viagem ao Castelo Garcia D’Ávila - 19/11/2011

A segunda viagem realizada na disciplina Temas e História de Sergipe I, ministrada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, foi para a Bahia, no Castelo Garcia D’Ávila, no dia 19 de novembro de 2011. Os locais de onde saíram os ônibus foram: no posto de gasolina, em frente ao Shopping Jardins e o outro no posto de gasolina da Rodoviária Nova. O primeiro ponto estava previsto sair às 5h, houve um pequeno atraso de 10 min.. A viagem teve duração de 4h.
Chegamos ao parque Garcia D’Ávila, localizado na região norte da Bahia, na Praia do Forte, às 9h50. Ao chegarmos fizemos uma fila para entrarmos no parque. No local tiramos fotos e, depois fomos conduzidos pelo professor Lindvaldo a um grande salão, para que o professor pudesse ministrar uma aula sobre o Garcia D’Ávila.
Segundo o professor, o local é um parque na qual compreende as ruínas do Castelo Garcia D’Ávila, (a Casa Torre) antiga residência e, sede de uma sesmaria com terras que compreendiam a Bahia ao Maranhão. Garcia D’Ávila, chegou ao Brasil em 1549 na expedição de Tomé de Souza, na qual é considerado filho bastardo do Tomé.  

De acordo com Sousa, o Garcia D’Ávila torna-se senhor de engenho, que acaba não dando certo e depois virou um poderoso criador de gado de toda a região nordeste, pois tinha a proteção de Tomé de Souza. O domínio dos Ávila começou no século XVI permanecendo até o XIX. O professor explicou também, sobre o morgado, que era uma lei na qual o filho primogênito recebia a herança (apenas um era herdeiro). A partir do morgado, era a forma de manter o poder e o domínio sobre as terras.
O domínio dos Ávila compreendia: o interesse de parentesco, ou seja, relações entre brancos e índios, os últimos eram trabalhadores defensores do território. Segundo Sousa, a primeira esposa do Garcia D’Ávila era portuguesa e não tiveram herdeiros. No entanto, a segunda esposa era índia na qual deu filhos ao criador de gado. Mostrando dessa forma, a importância de possuir herdeiros para manter o domínio do território, assim como, a aliança com os índios, através do casamento para garantir a propriedade.
Em outra abordagem, o professor explicou que o castelo representava símbolo de poder e riqueza dos D’Ávila que possuíam muito prestigio em Salvador. Isso porque, a família investia dinheiro e possuía muitos trabalhadores que ajudaram na construção do castelo, que se tornou uma construção monumental, em 1550. A referida construção era uma casa forte de defesa, pois fica próximo ao mar. A função do castelo era moradia e defesa.
A estrutura do castelo é em estilo medieval, e possui uma capela da padroeira Nossa Senhora da Conceição, na qual foi feita homenagem aos santos guerreiros. Além disso, segundo o professor a função do castelo como casa, possui os cômodos e a cozinha (onde ficavam os escravos, os índios).

Uma revelação curiosa apresentada pelo professor era que a primeira esposa de Garcia D’Ávila era uma cristã nova (judia) e foi condenada pela inquisição, na qual havia sido denunciada pela primeira filha do segundo casamento com uma índia. Dessa forma, observam-se as rivalidades. Outra curiosidade, é que o último D’Ávila torturava índios e índias por não aprovar a comida feita por eles.
Num relato de um capuchinho no século XVIII, é que a construção do castelo foi feita de suor e sacrifício, onde muitos índios morreram. Com a construção do castelo já firmada, a conquista de Sergipe e o domínio das terras compreendiam a região do Rio Real. Nesse sentido, o Recôncavo já havia sido conquistado, menos a parte norte. Região na qual Garcia D’Ávila queria ampliar suas terras.

As três etapas das gerações da construção do castelo foram:
·           A capela possuía duas paredes e tijolos.
·           Os herdeiros seguintes ampliaram o castelo, com alvenaria e pedra. Sua construção é em estilo barroco medieval. O pátio é renascentista e, a parte frontal é para alargar o castelo.
·           Ampliação do castelo.
A construção foi modificada com o tempo.
O domínio e a expansão do território da família D’Ávila chegaram até o Piauí. Após a morte de Garcia D’Ávila, o gado era complementar a economia do açúcar, pois alguns núcleos de povoamento estavam crescendo e o gado os abastecia. Nesse sentido, para manter o poder e a dominação houve muita destruição, tanto da natureza como inúmeros conflitos entre brancos e índios.
A decadência dos D’Ávila foi por conta da falta de sucessão dos herdeiros, e havia acabado a lei do morgado. Nesse sentido, as terras foram divididas. Além disso, o gado na região sul ascendia e a do nordeste decaía, devido às secas.
Numa outra interessante abordagem feita pelo professor, é de que havia o mito do bandeirante baiano. A partir da influência dos paulistas, que desbravaram o país e a Bahia imitou o bandeirante paulista. No caso o mito, era Garcia D’Ávila, ou seja:
·         O sertão como lugar de selvagens.
·         O bandeirante heróico desbrava o sertão.
·         O bandeirante heróico fica raízes no sertão.
O professor lembrou que a Bahia havia deixado de ser a capital do país, e o mito era repensar essa perda. Nesse sentido, Sergipe passou a ser subalterna à Bahia. E a conquista partia para a questão do interesse dos D’Ávila pelo território sergipano.
O tombamento do castelo foi feita em 1939, na qual o proprietário não pertencia à família D’Ávila. Para tombar o castelo foi em parceria com o Arquivo Público da Bahia e o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e com a representação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, para a realização do tombamento. Em seguida houve a restauração. Foi tombada a casa grande, a capela e a mata.
Atualmente Otávio Nunes é o proprietário do parque Garcia D’Ávila. Não pertencente à família D’Ávila.
Após as explicações do professor, fomos até uma grande área com uma árvore imensa. Lá, o professor mencionou que deveríamos observar a estrutura do castelo e da capela e tirarmos fotos para que cada um tirasse suas impressões do local. E que após isso, voltássemos até a árvore para falarmos o que vimos.
Finalizando a aula, o professor montou uma grande roda em torno da árvore. E assim, todos aplaudiram e agradeceram a viagem, e que foi gratificante para todos. E realmente, foi. Pois estivemos no local onde o domínio de Garcia D’Ávila perdurou por muitos séculos! E sem falar que o lugar é belíssimo com o marzão azul ao fundo! 

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