sábado, 3 de julho de 2010

A VISITA DE D. PEDRO II À ARACAJU

Dando continuidade. Em 1859, foi construída a Ponte do Imperador, antes chamada de Ancoradouro ou Ponte do Desembarque, especialmente para receber a visita do Imperador D. Pedro II e sua comitiva, em 1860, fato marcante que ficou na história de Aracaju. O Imperador que trajava o uniforme de Almirante foi o primeiro a desembarcar, em seguida foi a Imperatriz e depois a comitiva imperial.
O Imperador cumpriu uma extensa programação na cidade, entre os dias 11 à 21 de janeiro, esteve na Barra dos Coqueiros, Laranjeiras, Maroim, Propriá. Assim como, visitou o cemitério,  o Hospital Santa Izabel, escolas e outros estabelecimentos de Aracaju.




                                            















          Foto1: http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=83516&titulo=Luis_Antonio_Barreto                                                        


terça-feira, 29 de junho de 2010

O SURGIMENTO DA NOVA CAPITAL

A resolução de nº 413 foi aprovada pela Assembleia Provincial e sancionada pelo Presidente Inácio Joaquim Barbosa, em 17 de março de 1855 transferindo para Aracaju como nova capital da província. Porém, o que sobressaía na nova Aracaju eram areais, riachos, lagoas, coqueiros, cajueiros e casas de palha. Mais uma vez os moradores de São Cristovão faziam versinhos bem humorados e sarcásticos contra a nova capital:

 "Aracaju não é cidade 
Nem também povoação
Tem casinhas de palha".
(SOUSA, 1992, p.79).
Com a transferência ocorreram vários rumores à respeito das "reais" intenções do Inácio Barbosa, alguns defendiam o presidente e outros alegavam que não passava de interesses políticos e pessoais.
As primeiras construções na nova capital foram difíceis, pois na nova capital só havia lama, mangue, pântano e muita água, pode-se dizer que foi uma luta heroica daqueles que ajudaram a construir do nada a nova cidade Aracaju. Como improviso, as casas construídas eram feitas de palha, desconfortáveis e muito pequenas. A situação era bastante precária, pois não havia material de construção suficiente para as primeiras construções da cidade, a solução que eles encontraram foi misturar a lama com outros materias que eles possuíam.
O engenheiro responsável pela construção da nova capital era o Sebastião José Basílio Pirro, que planejava como seria o traçado das ruas, as retas, semelhante à um tabuleiro de xadrez. O ponto de partida, foi o que conhecemos hoje pela praça Fausto Cardoso, formando o tabuleiro de xadrez naquela região, conhecido como "quadrado de Pirro", indo sempre em direção ao Rio Sergipe.

domingo, 27 de junho de 2010

AS DIFICULDADES DA NOVA CAPITAL

Os primeiros anos da transferência para Aracaju foram extremamente difíceis, isso porque, em meados de 1855 a sociedade sergipana enfrentou a maior epidemia de sua história, a "Cholera Morbus", vitimou milhares de pessoas. Inclusive o Presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, na cidade de Estância contraiu a febre palustre (malária) e não resistiu. Até mesmo com essa tragédia foi motivo de sátira e vingança em seus versos pelos sancristovenses ironizando a calamidade que atingia a nova capital.

"Quem for para Aracaju
Leve terço pra rezá
Que Aracaju é a terra
Onde as almas vão pená
Pobre cidade do Aracaju, nos dias tristes e agitadas de 1855". 
(SILVA, 1992, p. 83).

Por causa dessa grande epidemia, as pessoas sentiram medo de morar em Aracaju, pela precariedade do local sem a menor estrutura para cuidar dos doentes. Diante disso, o governo investiu na organização da nova cidade e incentivando a vinda de novos moradores para Aracaju, concedendo terrenos  e a ajuda para a construção das casas.
Com as epidemias o governo teve que tomar providênciasurgentes para minimizar os transtornos e os óbitos causados pelas doenças. Uma dessas medidas foi a construção de um cemitério em 1856, junto ao Morro Santa Cruz que recebeu a visita do imperador D.Pedro II em 1860. Em 1858 foi construído o Hospital de Caridade, chamado Nossa Senhora da Conceição, hoje Santa Izabel.
Em meados de 1862, a nova capital conseguiu enfrentar as dificuldades, com a construção da Igreja Matriz, a Catedral , a cidade cresceu nas localidades próximas, com as ruas Santo Amaro, Capela, Arauá e Santa Luzia. A partir daí,  Aracaju apresentava os primeiros sinais de uma cidade próspera e promissora.

sábado, 26 de junho de 2010

DECISÃO PARA A MUDANÇA DA PROVÍNCIA

A partir dessa postagem vou falar um pouco sobre os aspectos que levaram o então Presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa a transferir a capital, antes São Cristovão para Aracaju. 
Inácio Joaquim Barbosa, nascido no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1823, faleceu em Estância/SE em 17 de outrubro de 1855. Foi um homem extremamente culto, poliglota, com boa formação humanística. Jovem governante com um pouco mais de 30 anos, procurou fazer Sergipe viver o então momento do progresso e inovações que dominavam o Brasil naquele período. Dessa forma, o Inácio Barbosa queria trazer para Sergipe essas novas ideias, ajudando assim, a cidade crescer e prosperar. Nomeado como Presidente da Província, (diga-se de passagem São Cristovão) em 7 de outubro de 1853, empossado em 17 de novembro do mesmo ano.
A decisão para a mudança de São Cristovão para o povoado Santo Antônio do Aracaju foi realizado por Inácio Joaquim Barbosa, com o objetivo do crescimento do comércio e a melhoria da sociedade, com um projeto modernizador de cidade moderna. E também, que tudo o que era produzido em Sergipe deveria passar pelo porto da Bahia. O que era ruim. Gerava perda nos lucros, pois o açúcar deveria ser exportado diretamente para os países consumidores, prejudicando assim, os grandes proprietários que tinham que dividir os lucros com os trapicheiros (pequenos engenhos) baianos. Sergipe precisava de um porto para escoar os produtos e exportar diretamente para o exterior.
A Contiguiba era a região que localizava o povoado Santo Antônio do Aracaju, e era o local ideal para escoar toda a produção açucareira sergipana. Pois, o transporte era intenso na Contiguiba que era superior a região do Vasa-Barris, por ter um estuário mais profundo e permitia a entrada de grandes embarcações. O aspecto geográfico e econômico foram de suma importância para a escolha de Aracaju como nova capital de Sergipe. Além disso, geograficamente, Aracaju estava próxima da mais poderosa região econômica, a Contiguiba vasta expansão da bacia hidrográfica, coberta pelo fértil solo de massapê.
Com planos para a transferência da nova capital Inácio Barbosa determinou que a Alfândega e a Mesa de Rendas fossem transferidas para a cidade. O objetivo era fiscalizar tudo o que passava pela província. Porém, houve resistência por parte de alguns representantes da elite, assim como, dos moradores de São Cristovão por causa da transferência para Aracaju. Inconformados, os moradores da província fizeram manifestações com protestos irônicos sobre o descrédito com a nova capital, lançando apelidos aos políticos favoráveis à mudança. O Inácio era o "Caatinga"; José Moreira Guerra, capitão dos portos era o "Guerra Diabo"; Sebastião José Basílio Pirro, engenheiro era o "Desavergonhado". Os protestos eram bem inteligentes e eles não utilizavam violência para protestarem. Eles diziam assim:

"O Barão tá no inferno
O Batista na profunda
E o Caatinga vai atraz
Com o cofre na cacunda".
(SILVA, 1992, p. 75).
 


A CIDADE DE ARACAJU

"Aracaju nasceu em meio às águas das lagoas, dos pântanos contemplando o revoar dos pássaros, que nos cajueiros construíram seus ninhos e soboreavam seus frutos".
O nome Aracaju é de origem tupi-guarani e possui várias interpretações por parte dos pesquisadores sergipanos. Para alguns autores, Aracaju significa lugar dos cajueiros (ara-tempo e acayu-caju). Outros autores afirmam que é o cajueiro dos papagaios (ará-papagaio e caju-fruto). O senso comum, podemos concluir que o nome Aracaju tem haver com cajueiro.
Por muito tempo, as praias do Arraial Santo Antônio do Aracaju viveram no esquecimento. Por volta de 1750 nos tempos de forte seca, os habitantes pobres da capitania vinham para as praias do Aracaju, para extrair o sal marinho, abudante na região. A partir de 1800, o povoado começou a organizar-se nas regiões próximas aos mangues e pântanos, localizados ao norte pela serra do Aracaju (hoje, morro do urubu) e ao sul pelo Rio Poxim.

Foto: Silvia Maia de Oliveira

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SERGIPE

Para começar contando as Histórias de Sergipe, vou falar um pouco sobre o Estado.
Sergipe é o menor estado brasileiro e a sua capital é Aracaju. Está localizado entre Bahia e Alagoas, banhados pelo Oceano Atlântico. Compõe o Estado, 75 municípios, os principais são: Laranjeiras, Itabaiana, Estância, Nossa Senhora do Socorro, Lagarto, Propriá, etc.

A origem do nome vem do tupi-guarani, que significa "rio dos siris", alterada para o nome Sergipe.
Os principais rios que banham o Estado são o Vasa-Barris, São Francisco, Poxim, Real e o Sergipe.